Título: King of Scars
Título Original: ---
Autor: Leigh Bardugo
Série: Nikolai Duology #1
Páginas: 528
Ano: 2019
Editora: Imprint
Sinopse*: Nikolai Lantsov sempre teve um dom para o impossível. Ninguém sabe o que ele suportou na sangrenta guerra civil de seu país - e ele pretende mantê-lo assim. Agora, quando os inimigos se reúnem em suas fronteiras enfraquecidas, o jovem rei precisa encontrar uma maneira de reabastecer os cofres de Ravka, forjar novas alianças e impedir uma ameaça crescente ao outrora grande Exército de Grisha.
No entanto, a cada dia, uma magia negra dentro dele se torna mais forte, ameaçando destruir tudo o que ele construiu. Com a ajuda de um jovem monge e uma lendária Grisha, Nikolai viajará para os lugares em Ravka, onde a magia mais profunda sobrevive para derrotar o terrível legado dentro dele. Ele arriscará tudo para salvar seu país e a si mesmo. Mas alguns segredos não são destinados a ficarem enterrados - e algumas feridas não devem se curar.
Antes de iniciar essa resenha, um aviso básico: os acontecimentos de King of Scars se passam depois da trilogia Grisha e a duologia Six of Crows. Porém, enquanto Six of Crows é com personagens novos e não é necessário ler Grisha para poder compreender a história, aqui pode haver spoilers das duas histórias, visto que os personagens que aparecem aqui são já apareceram nas outras duas séries; além de vários outros serem citados, assim como acontecimentos.. Então, pode ser que role um spoiler aqui e ali.
Caso você ainda vai ler qualquer uma/as duas outras séries e não quer spoiler de nada, sugiro que pare a leitura da resenha por aqui mesmo e seja feliz. Se não, bem… é por sua conta e risco.
O que falar de King of Scars? Desde que a Leigh Bardugo anunciou essa duologia do melhor personagem de todo Grishaverse, mais conhecido como Nikolai Lantsov, eu fiquei com as expectativas lá no universo. E em Leigh Bardugo a gente confia para não nos decepcionar.
"Esperamos uma eternidade por você, Nikolai Lantsov. Seria uma pena se você falhasse conosco agora."*
King of Scars é narrado em terceira pessoa, com a maioria dos capítulos alternando entre Nikolai, Zoya e Nina. Essa divisão foi um ótimo artifício, principalmente pelo fato da história se passar em dois ambientes distintos: Nikolai e Zoya se encontram em Kavka, enquanto Nina está em uma missão em Fjerda. Essa alternância de local e foco do narrador deixa a leitura mais fluída e dinâmica.
Quando Nikolai fez sua primeira aparição lá em Sol e Tormenta, já sabíamos que ele é uma pessoa que realmente se preocupa com Ravka e seu povo. Em King of Scars vemos que essa preocupação só escalou de tamanho, já que agora ele é rei de Kavka. O ex-corsário continua galanteador e charmoso, porém vamos conhecer um lado que ele insiste em esconder: suas inseguranças e dúvidas em relação ao seu governo e a ele próprio como governante.
Apesar de todas seus medos, Nikolai não deixa de ter uma mente brilhante e de cair o queixo. O rei de Ravka é calculista ao extremo, prevendo situações e encontrando soluções na velocidade da luz. Durante a leitura, senti que sua mente e raciocínio funcionam na mesma frequência que Kaz (Six of Crows) e isso não é para qualquer um.
Re'b Ravka, eles gritaram. Korol Rezni. Filho de Ravka. Rei das Cicatrizes.*
Zoya é uma personagem cheia de camadas e, no momento, é uma das poucas pessoas que Nikolai confia para proteger Ravka e seu povo. Assim como o novo rei, conhecemos Zoya lá na trilogia Grisha. Sempre me questionei o que aconteceu na sua vida para que ela se tornasse essa Grisha fria e implacável e aqui temos as respostas, com o seu passado revelado.
Zoya sabe que não é muito bem querida não somente na realeza de Ravka e, em muitos, gera um medo e intimidação, mas ela não se importa com o que pensem contanto que seu reino e seu rei consigam se reerguer depois das atrocidades cometida pelo Darkling. Mesmo que ela não concorde com todas as decisões de Nikolai, ela está sempre ao seu lado, o aconselhando e assegurando sua vida.
"Meu rei está sangrando. Eu sou sua súdita e soldado, e eu venho lutar por ele"*
Em Fjerda, acompanhamos Nina e como ela está lidando com sua grande perda. A personagem sempre foi otimista e disposta a ajudar todos que necessitam, mas aqui vemos que sua luz se apagou um pouco desde a morte de uma pessoa querida e ela tendo que continuar em frente. Em certos momentos, achei que ela foi um pouco irresponsável e impulsiva em certas ações, mas faz parte da sua personalidade: não ficar parada enquanto ver Grishas sofrendo.
[...] ela ainda era Nina Zenik, lendária Grisha e assassina impenitente.*
Quando você acha que a Bardugo não tem mais nada a explorar no seu universo, ela vai lá e prova que ainda tem muito a se falar. A história de King of Scars é mais ligada a Grisha do que Six of Crows, não somente pelos personagens que aparece, mas o foco principal da ameaça a Nikolai e Ravka. Bardugo explora na história e nos personagens, principalmente Zoya e Nikolai, como as consequências das atrocidades e ações do Darkling ainda são uma sombra neles e no reino.
"Começamos na escuridão [...] e é às trevas que voltamos. Onde mais o homem rico e o pobre são iguais? Onde mais alguém é julgado apenas pela pureza de sua alma? "*
Desde que os vi juntos em Crooked Kingdom, eu senti muitas faíscas entre Zoya e Nikolai. Aqui, Bardugo leva o relacionamento dos dois a outro nível. É bem perceptível quanto eles se entendem e compreendem perfeitamente um ao outro. Seja nas alfinetadas ou em conversas mais sérias e profundas, a faísca está ali e é sentida. Se é sentida, espero que meu ship vingue porque Zoya e Nikolai são perfeitos um para o outro.
"Por que você nunca me beija docemente pela manhã, Zoya?"
"Eu não faço nada docemente, Alteza."*
Mesmo ferida por ter acreditado no Darkling e ele a ter traído, Zoya sabe que Nikolai é um governante completamente diferente do tirano. Em certos momentos, vemos como o ex-corsário é a única pessoa com quem ela baixa sua guarda, o que demonstra o quanto ela confia nele. E o sentimento é recíproco da parte de Nikolai. O rei sabe que, caso algo aconteça com ele, Zoya conseguirá proteger Ravka. De certa forma, a Grisha tornou um ponto constante e seguro na vida de Nikolai.
"O segredo... [...] Suponho que o segredo é que eu não suporto ficar sozinho. [...] Mas há alguns lugares ninguém pode ir conosco”*
Quanto à Nina e sua missão em Fjerda, não posso comentar muito por motivos de qualquer informação ser um spoiler. Só posso dizer que a ameaça de jurda parem aos Grishas está de volta e, por já ter sofrido por conta da droga, Nina vai fazer de tudo para que outros Grishas não passem pelo que ela passou. Para isso, ela conta com a ajuda de dois soldados Grisha, que foram enviados a Fjerda juntamente com ela, Adrik e Leoni.
Nina também conta com a ajuda de Hanne, uma fjerdana que sofre por não se encaixar nos padrões da sociedade e é enviada a um convento para, resumindo, aprender a ser uma dama de verdade. Gostei como a Bardugo trabalhou esses questionamentos da garota sobre querer ser quem deseja e como isso bate de frente com sua vontade de não querer magoar seus pais. Porém, Nina percebe uma fagulha de ânsia por liberdade em Hanne e vai tentar mostrar a garota que há muito mais do que as regras e costumes machistas de Fjerda.
Entretanto, creio que a Bardugo poderia ter explorado esse desenvolvimento em Nina em uma outra série, com foco na personagem. Os acontecimentos em Fjerda foram muito bem explorados, assim como os focados em Nikolai e Zoya em Ravka, mas fica o sentimento de que são duas histórias distintas contadas em um só livro. Pelo menos esse é a minha visão aqui; vamos ver o que a Bardugo pode aprontar na continuação que faça conectar esses dois ambientes.
Quanto aos personagens secundários, boa parte já apareceram na trilogia Grisha. Junto com Zoya, David e Genya formam o Triunvirato, que são uma espécie de conselho do Rei. Os irmãos Tolya e Tamar ainda aparecem por aqui, protegendo a vida de Nikolai de todas as ameaças (e não são poucas). Gostei bastante que a Bardugo “reaproveitou” personagens que foram importantes na trilogia Grisha, não somente Zoya.
Em um certo momento da história, os quatro se veem em uma sinuca de bico que se fosse eu no lugar, teria surtado real. Também gostei dessa narração, focada em um personagem de grande importância que apareceu aqui, chamado Isaak.
Sobre o final, gente.. QUE FINAL FOI AQUELE?? Eu nem chorei; só fiquei me tremendo. Olhando em retrospectiva, foi algo que eu deveria ter desconfiado, porém não. Resultado: fiquei chocada! Espero que a Bardugo não demore a lançar o segundo livro, pois creio que minhas unhas não irão sobreviver até lá.
"Muitos dos meus velhos amigos, reunidos em um só lugar. [...] É bom estar em casa"*
12 Comentários
Oie Lu!
ResponderExcluirGostei no novo layout do blog! Ficou lindo!
Sempre li boas resenhas da trilogia Grisha e da Six of Crowns, porém nunca tive oportunidade de ler nenhuma das duas obras.
Fiquei bastante curiosa lendo a sua resenha, pois parece um universo bem interessante e são poucos os autores que consegue desenvolver obras que se interligam, mas que conseguem se destacar por suas singularidades.
Beijos;***
Ariane Reis | Blog My Dear Library.
Uau, que capa bonita! Adoro quando você vem indicar esses livros americanos maravilhosos. Que pena que não estou ainda tão bem no inglês para me aventurar a ler...
ResponderExcluirwww.vivendosentimentos.com.br
Olá Lu
ResponderExcluirEu amei sua resenha!! Assim que acabei de ler já deu vontade de procurar o livro e começar a leitura!! Me interessei muito e espero conseguir ler esse livro o mais rápido possível
Beijos
https://focadasnoslivros.blogspot.com/
Oi Lu, como vc sabe ando afastada do gênero, mas pela resenha deu pra perceber que vc adorou!
ResponderExcluirBjs, Mi
O que tem na nossa estante
Que sensacional saber da sua reação tão intensa no final e que resenha incrível! Fiquei super curiosa. Amei.
ResponderExcluirsemquases.com
Oi Lu!
ResponderExcluirSo sei que desespero tem nome e se chama livro do Nikolai. Aff EU NESSSECITO DESSE LIVRO PRA ONTEM MEU PAI SANTO AMADO T.T PRECISO! Zoya e a dona da minha vida e eu mal conheci ela. Leigh Bardugo lindissima. Disse um A e eu ja gritei ACLAMADO.
Abraços
David
http://territoriogeeknerd.blogspot.com/
Oi Lu,
ResponderExcluirPara variar, não conhecia a dica de hoje. rs
Mas eu fiquei encantada pela edição e premissa, acho que arriscaria a leitura com certeza, ainda mais por essas emoções finais.
beijos
http://estante-da-ale.blogspot.com/
Oi Lu, td bem?
ResponderExcluirAcho essa capa tão chamativa!
Segui o seu conselho e n li o resto da resenha, rs. Nem sabia q era um livro interligado, nunca li nada dessa autora mas tenho curiosidade!
Bjs
A Colecionadora de Histórias - Blog
Olá, Luiza.
ResponderExcluirEu li a Trilogia Grisha mas ainda não li a duologia, e olha que tenho aqui na estante hehe. Amei essa capa, espero que venha para cá com esse mesmo padrão. Eu li a resenha porque não ligo para spoilers, mas confesso que não lembro muito dos personagens hehe.
Prefácio
Oi, Lu
ResponderExcluirLendo a resenha me senti mais perdida do que cego em tiroteio! Hahaha Não li os livros anteriores e nem lembro das resenhas, para pelo menos ter um vislumbre do que esperar. Tem uma pegada meio Russa, né?
Enfim, eu não leria pq um, é fantasia, e dois, teria que colocar os outros em dia e não vai rolar.
Já aceitei que não gosto de fantasia e sou feliz assim. Hahahahahaha
Beijos
- Tami
https://www.meuepilogo.com
Oii!
ResponderExcluirEu adoro livros que intercalam uma história ou personagens de uma história na outra. ainda não li, mas está na minha lista de desejados.
Beijos
www.paginadaleitura.com
Como eu amei esse livro, eternamente grata pela ajuda Lu!!!!!!!!!!!!! E que final foi aquele? Jezuis quero a continuação pra ontem , porem sabemos que só 2020 ou 2021
ResponderExcluirMuito obrigada pela visita e volte sempre!
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