Resenha #546: Perfeito Para O Papel - Jewel E. Ann (Allbook)

Título: Perfeito para o Papel
Título Original: Look the Part
Autor: Jewel E. Ann
Série: ---
Páginas: 300
Ano: 2020
Editora: Allbook
Sinopse: Flint Hopkins encontra a inquilina perfeita para alugar o espaço sobre seu escritório de advocacia em Minneapolis.
Todos os requisitos foram preenchidos na proposta de Ellen. As referências dela são boas. E ela é bonita.
Até...
Flint descobrir que Ellen Rodgers, musicoterapeuta certificada, toca instrumentos musicais. Bongô, violão, canto – nada de Beethoven que se pudesse controlar com fones de ouvido com cancelamento de ruído.
O advogado implacável envia um aviso de despejo para a efervescente ruiva que cantarola eternamente, que é sexy demais para o próprio bem. Mas a sorte está do lado de Ellen, e Harrison, o filho autista de Flint, gosta dela à primeira vista. Um pai solteiro não pode competir com violões – e ratos. Sim, ela tem ratos de estimação.
Essa mulher...
Ela é irritantemente feliz e tem uma necessidade constante de tocá-lo – ajeitar sua gravata, abotoar sua camisa, invadir seu espaço e bagunçar sua cabeça.
Mesmo assim...
Ela precisa ir embora.
O relacionamento de desejo e ódio progride para algo bonito e trágico. Essa sexy comédia romântica explora as coisas que queremos, as coisas de que precisamos e as decisões impossíveis que pais e filhos tomam para sobreviver.

Decidi ler Perfeito Para o Papel por conta de indicações. Pelos comentários, seria mais um romance que muito me agradaria. Tivemos alguns percalços no caminho da leitura, mas no fim ele conseguiu entregar o que pretendia.

Em Perfeito Para o Papel, vamos acompanhar a história de amor entre Ellen e Flint, duas pessoas completamente opostas e que não poderiam melhor se complementar. Ambos já passaram por situações na vida que os marcaram e seguiram em frente, cada um à sua maneira.

Flint é um homem amargurado e carrega a culpa da morte da sua esposa. O que lhe move nessa vida é criar o filho gerado do casamento, que tem 12 anos e síndrome de Asperger. De princípio, o advogado é a própria personificação do "antes sofria, agora sou fria", mas o simples fato de não utilizar da sua dor para destratar as pessoas ao seu redor, principalmente aquela que viria ser seu interesse amoroso, o fez ganhar alguns pontos comigo. Fora o fato de sua dor ser algo de dar pena, visto que ele não se acha digno de encontrar novamente a felicidade.

Já Ellen é uma mulher alto astral e cheia de vida. A musicoterapeuta também passou por situações difíceis em seu último casamento e, apesar das feridas ainda abertas, ela é decidida a curtir sempre o melhor lado da vida. Provocar Flint virou um passatempo favorito de Ellen, até que ela se viu bastante envolvida com o advogado e em uma amizade inusitada com o filho dele, Harrison.

A narração em primeira pessoa alternada entre Elle e Flint faz com que você sinta a gama de sentimentos que existe entre os dois. Ao mesmo tempo que Flint que tentar com Ellen, ele se retrai justamente pela culpa que sente. E Ellen, mesmo com seus sentimentos pelo advogado, sabe que enquanto ele não se liberar dessa culpa, nada poderá funcionar.

Como a própria autora comenta no início do livro, não é uma história focada em Harrison e sua síndrome de Asperger. O pré-adolescente de 12 anos é protagonista de cenas um tanto engraçadas, principalmente nas suas conversas com seu pai. Apesar de Flint não parecer a pessoa mais paciente no mundo quando seu filho lhe dá nos nervos, vemos o quanto o advogado o ama e só quer o seu bem. Ele também se tortura pelo medo de perder o amor do filho caso ele venha a saber a verdade da morte da sua mãe.

A vida também não ajuda muito entre o casal. Quando a gente pensa que agora vai entre os dois, acontecimentos fora do curso se passam, o que causa alguns encontros e desencontros. Por mais que tentem ficar longe, de alguma forma eles acabam voltando um para o outro. E são nesses encontros e desencontros que o sentimento acaba fortalecendo.

Esse foi meu primeiro com a autora e não foi uma experiência ruim. Confesso que até metade do livro, eu não estava tão envolvida na história, porém da metade em diante a história fluiu bem. Infelizmente isso influenciou na nota, já que demorei um pouco a me conectar com os personagens, mas quando isso aconteceu só pude torcer para que os tropeços da vida parassem e os dois terminassem juntos.

Perfeito Para o Papel vai fazer você sorrir, se emocionar, chorar, se frustar.. tudo em um espaço pequeno de páginas. Então, se você gosta de uma história sobre segundas chances feat. encontros e desencontros na vida, esse livro foi feito para você.