Resenha #668: Uma Dor Tão Doce - David Nicholls (Intrínseca)

Título: Uma Dor Tão Doce / Intrínsecos #17
Título Original: Sweet Sorrow
Autor: David Nicholls
Série: ---
Páginas: 384
Ano: 2020
Editora: Intrínseca
Sinopse: É 1997 e Charles Lewis passa os dias quentes das férias andando de bicicleta pela cidade. Às vezes ele também lê. Não há nada mais para fazer quando se está afastado dos amigos, a família está caindo aos pedaços e não se tem ideia de qual será o próximo passo. Mas os dias tediosos e vazios de Charlie estão prestes a ter fim.
Ao se deparar com uma companhia de teatro ensaiando Romeu e Julieta, sua primeira reação é fugir, mas ele talvez tenha encontrado um bom motivo para ficar: Julieta. No caso, a atriz que vai interpretar a personagem. Fran Fisher, uma garota bonita, confiante e metida a artista.
Mas quem nos conta essa história, repleta de idas e vindas no tempo, não é o garoto Charles. É o adulto, que, às vésperas de seu casamento, rememora — com uma mistura sutil de humor e melancolia — um verão intenso, que moldou o homem que é hoje.
Em semanas que marcarão sua vida, rodeado por textos do século XVI, figurinos, novas amizades e uma miscelânea de sentimentos inéditos, Charles desviará de conversas sobre o futuro enquanto tentará não ser devorado pela confusão de sua dinâmica familiar. E, ao lado de Fran, vai encontrar uma chance de se redescobrir e reinventar.


Quando comecei a ler Uma Dor Tão Doce, me questionei o que raios eu estava fazendo da minha vida pra ler um livro com protagonistas à la John Green (um adolescente meio sem rumo na vida e uma manic pixie girl) em pleno 2021... Com certeza eu não teria me interessado nesse livro se não tivesse recebido pelo Intrínsecos, e pelo menos não foi um leitura de todo ruim.

No verão de 1997, Charlie Lewis está passando por tantos problemas na vida que nem sabe por onde começar a listar. Em um dia qualquer, ele conhece Fran Fischer e, para se aproximar da garota, ele decide entrar numa companhia de teatro amador que está produzindo Romeu e Julieta.


Charlie não é um protagonista que irá te conquistar de primeira. Como todo adolescente de 17 anos, na fase de escolher o que fazer da vida, ele é cheio dos dramas e revoltas meio sem causa. No fundo, isso é uma fachada para esconder todos os seus medos: medo de não saber seguir em frente depois do colegial, medo do pai depressivo tomar decisões ruins e, principalmente, medo as pessoas verem seus próprios medos.

A história é narrada por um Charlie às vésperas de seu casamento e sua narração é cheia dos comentários ácidos e autodepreciativos. Aos poucos, vamos conhecendo o ambiente que ele está vivendo e vendo como influencia em suas escolhas e personalidade. Charlie culpa a mãe pela separação com seu pai, assim como não aguenta viver com seu pai em eterno estado depressivo, seus amigos são os piores pentelhos possíveis e a única pessoa que poderia saber como ele está se sentindo é a irmã, que foi escolhida (!) pela mãe para morar com ela e seu novo namorado.

O que conquista mesmo aqui são os personagens secundários. Fran é a típica manic pixie girl, que faz Charlie ver sua vida por uma outra perspectiva, mas ainda assim você se diverte com ela e se apega à garota. Os integrantes da trupe de teatro também são divertidos e bastante calorosos, acolhendo Charlie em seu ambiente, sem questionamentos ou julgamentos.

Falando assim, até parece uma história meio boba, mas David aborda assuntos delicados, como depressão, ansiedade, negligência familiar ao lado da amizade, companheirismo, família, primeiro amor e escolhas. Ao longo desse verão que Charlie irá viver na produção de Romeu e Julieta, ele vai aprender bastante e vai crescer, mesmo que demore mais algum tempo para ele descobrir o que fazer, mas sempre tendo a consciência que aquele verão foi o ponto de mudança em sua vida.

3 Comentários

  1. Olá...
    Esse livro está aqui na minha estante só olhando pra mim esperando o momento de ser lido hahaha...
    Comprei esse livro por causa do autor, do qual sou fã, mas estou meio receosa também por causa de ser meio John Green mesmo kkk... Porém, gostei de saber que traz também esses assuntos mais delicados .
    Beijos

    http://coisasdediane.blogspot.com

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  2. Olá, Luiza.
    Ainda bem que não assinava o clube nessa época ainda porque não ia gostar de receber ele hehe. Eu li dois livros do autor e minha experiência com ele não foi boa. Mas que bom que pelo menos não foi de todo ruim hehe.

    Prefácio

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  3. Arrasou na resenha Luiza, dificilmente leio livros do gênero, mas parece ser um filme bem bacana, aborda um assunto que é cotidiano e que muitas pessoas, infelizmente, enfrentam quando os pais se separam.

    www.kailagarcia.com

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