Filme #101: O Menino Que Matou Meus Pais / A Menina Que Matou Os Pais

Título Original: ---
Sinopse: O Menino que Matou Meus Pais parte da perspectiva de Suzane Von Richthofen (Carla Diaz), que, em 2002, foi acusada junto ao seu namorado, Daniel Cravinhos (Leonardo Bittencourt), de cometer o brutal assassinato de seus pais, Manfred von Richthofen (Leonardo Medeiros) e Marísia von Richthofen (Vera Zimmermann), caso criminal que chocou o país.

A Menina que Matou os Pais se passa em 2002, quando um crime cometido em São Paulo chocou o Brasil. A jovem Suzane von Richthofen (Carla Diaz), junto ao seu namorado Daniel Cravinhos (Leonardo Bittencourt) e seu irmão Cristian (Allan Souza Lima), assassinaram seu pai Manfred von Richthofen (Leonardo Medeiros) e sua mãe Marísia (Vera Zimmerman). Dezoito anos depois, o caso é revisitado em A Menina que Matou os Pais sob o ponto de vista de Daniel, que revela seus motivos para participar do assassinato.
Elenco: Carla Diaz, Leonardo Bittencourt, Allan Souza Lima, Leonardo Medeiros, Vera Zimmerman, Debora Duboc, Augusto Madeira, entre outros
Duração: 80min (os dois)
Roteiro: Raphael Montes, Ilana Casoy
Produção: Marcelo Braga
Direção: Maurício Eça

No último final de semana, estreou no Prime Video os filmes O Menino Que Matou Meus Pais e A Menina Que Matou Os Pais. Ambos envolvem o caso Richthofen e o roteiro foi baseado nos depoimentos de Suzanne von Richthofen e Daniel Cravinhos. O Menino Que Matou Meus Pais conta versão dada por Suzanne e A Menina Que Matou Os Pais, a versão de Daniel.

Na época do crime, eu era apenas uma criança de 10 anos mas lembro que chocou o Brasil pela brutalidade da situação. E só piorou depois que a própria filha confessou o assassinato. As controvérsias nas versões dadas também era bastante discutido na mídia. No fim das contas, Suzanne e Daniel foram condenados a 39 anos de prisão e Cristian, irmão de Daniel que também teve participação no crime, pegou 38 anos de prisão.

Desde o início, Rafael e Illana deixaram bem claro que o propósito do filme não era mostrar quem estava falando a verdade e quem estava mentindo; era apenas mostrar os dois lados e os acontecimentos que levou a esse crime. 

O diretor Maurício Eça recomenda assistir primeiro O Menino Que Matou Meus Pais e depois A Menina Que Matou Os Pais. Pela sua declaração, creio que essa seria a ordem que os filmes seriam exibidos no cinema, já que seria uma sessão após a outra. Então fui lá eu assistir nessa ordem.

Achei O Menino Que Matou Meus Pais (versão da Suzanne) muito arrastado, enquanto A Menina Que Matou Os Pais (versão do Daniel) bem mais rápido e dinâmico. O fato do roteiro da Suzanne forçar a imagem de uma família feliz e a garota inocente que se envolveu com o cara errado faz as 1h20min do filme parecer uma maratona de Senhor dos Anéis (e não no bom sentido, já que eu não gosto da saga). Já a versão do Daniel, mesmo com o roteiro picotado, eu sinto mais dinâmico justamente porque ele meio que complementa rebatendo alguns pontos mostrados no outro filme. 

Mesmo tendo um formato original, a produção deixa muito a desejar em vários aspectos. Acho que o principal deles é o áudio baixíssimo nos momentos dos diálogos. Outro ponto negativo são os cortes de cena, que são bastante bruscas. Gostei da atuação da Carla Diaz (mesmo com sua risadinha igual ao Mutley do Corrida Maluca) e do Leonardo Bittencourt, já o resto do elenco parecia meio travado.

Carla já havia dito no BBB e essa semana também foi comentado que toda a produção dos dois filmes foi feita em certa de um mês. Pelo menos esse mérito eu tenho que dar aos produtores. De resto, não é uma grande obra do cinema nacional, mas acho que cumpriu seu propósito inicial.

A título de curiosidade: toda a produção foi completamente independente (ou seja, não recebeu investimento da Lei Rouanet e afins), assim como nenhum dos envolvidos no assassinato irá receber qualquer pagamento que seja pelo direito de sua imagem. O roteiro foi baseado nos documentos do processo, que são públicos.