Resenha #764: Na Estrada Com O Ex - Beth O'Leary (Intrínseca)

Título: Na Estrada Com O Ex / Intrínsecos #39
Título Original: The Road Trip
Autor: Beth O'Leary
Série: ---
Páginas: 416
Ano: 2021
Editora: Intrínseca
Sinopse: Dylan e Addie se apaixonaram há alguns verões, sob o sol da Provença, na França. Quase dois anos atrás, porém, o relacionamento acabou, e eles pararam de se falar.

Às vésperas do casamento de uma amiga em comum, os caminhos dos dois se cruzam novamente. Ou melhor, colidem. Quando, logo no início da viagem para a festa, o carro em que Dylan vai com um amigo bate no que Addie está com a irmã e um sujeito que pediu para ir junto, os planos mudam. Addie se vê obrigada a oferecer carona para a dupla, e, espremidos no carrinho, os cinco retomam a jornada.

Com muitos imprevistos no trajeto e seiscentos quilômetros pela frente, Dylan e Addie serão forçados a confrontar as escolhas que os separaram e refletir se ter colocado um ponto-final no relacionamento foi a melhor decisão.

Alerta de gatilho: assédio sexual, tentativa de estupro, relacionamento tóxico, perseguição

Por eu ter curtido muito Teto Para Dois e A Troca e mesmo com os comentários sobre ele, eu achei que poderia curtir um pouco Na Estrada com o Ex. Infelizmente tudo que passei foi raiva e decepção.

Dylan e Addie foram namorados no passado e tudo terminou mal. No caminho para o casamento de uma amiga em comum, os dois se veem envolvidos em um acidente e agora Dylan e seu amigo Marcus têm de pegar carona com sua ex e a irmã dela, juntamente de outro convidado do casamento, Rodney.

Eu nem sei por onde começar a escrever a decepção que foi essa história. De certo que eu já tinha alinhado minhas expectativas por conta dos comentários, mas ele conseguiu ser pior do que pensei. A escrita da Beth salva, sendo bem fácil e fluída, e a alternância entre os tempos (Antes e Agora) deixa a história mais dinâmica. De fato eu estava bem mais envolvida no Antes, já que o Agora parecia ter saído da pior comédia pastelão possível, com diálogos infantis e situações bem constrangedoras.

Addie deveria ser canonizada pois essa mulher é uma santa, assim como sua irmã Deb. Nos dois tempos vemos uma mulher meio insegura, mas que tenta melhorar esse detalhe quando na verdade ela sempre foi uma pessoa bem decidida e ótima companhia. Sua irmã tem pouco desenvolvimento, mas amei a relação de companheirismo entre as duas. 

Já Dylan entrou na lista de piores protagonistas masculinos da vida. Ele é um cara completamente inseguro e acaba projetando suas inseguranças em Addie. Além do fato dele ser um frouxo super manipulável e ainda vir com seu discurso de pobre menino rico. Marcus poderia até ser pior por ser um lixo tóxico em carne humana, mas pelo menos ele não esconde sua verdadeira face, o que dá alguns décimos positivos pra ele.

Como alertei no começo, temos vários gatilhos pesados na história e o tom humorado da autora não casou muito bem com os assuntos que ela abordou aqui. De fato tudo foi feito de forma bem leviana e diria até irresponsável. No final, tudo se resumiu a dar uma segunda chance e perdoar, o que eu não concordo. Você não é obrigado a perdoar ou manter na sua vida uma pessoa tóxica e que te faz mal, como é o caso da amizade entre Dylan e Marcus, só porque vocês têm uma história de vida; às vezes precisamos sim cortar esse tipo de toxicidade na vida para podermos seguir em frente. E eu nem vou começar a falar do lance stalker/perseguição que envolve dois personagens e tudo acaba em risos.