Resenha #773: The Atlas Six - Olivie Blake (Tor Books)

Título: The Atlas Six
Título Original: ---
Autor: Olivie Blake
Série: The Atlas #1
Páginas: 482
Ano: 2022
Editora: Tor Books
Sinopse: A Sociedade Alexandrina, guardiã do conhecimento perdido das maiores civilizações da antiguidade, é a principal sociedade secreta de acadêmicos mágicos do mundo. Aqueles que ganharem um lugar entre os alexandrinos garantirão uma vida de riqueza, poder e prestígio além de seus sonhos mais loucos, e a cada década, apenas os seis magos mais talentosos são selecionados para serem considerados para iniciação.

Entre na última rodada de seis: Libby Rhodes e Nico de Varona, metades involuntárias de um todo insondável, que exercem um controle misterioso sobre todos os elementos físicos. Reina Mori, uma naturalista, que consegue intuir a linguagem da própria vida. Parisa Kamali, uma telepata que pode atravessar as profundezas do subconsciente, navegando em mundos dentro da mente humana. Callum Nova, um empata facilmente confundido com um ilusionista manipulador, que pode influenciar o funcionamento íntimo do eu interior de uma pessoa. Finalmente, há Tristan Caine, que pode ver através das ilusões uma nova estrutura da realidade – uma habilidade tão rara que nem ele nem seus colegas conseguem entender completamente suas implicações.

Quando os candidatos são recrutados pelo misterioso Atlas Blakely, eles são informados de que terão um ano para se qualificar para a iniciação, período durante o qual terão acesso preliminar aos arquivos da Sociedade e julgados com base em suas contribuições a vários assuntos de impossibilidade: tempo e espaço, sorte e pensamento, vida e morte. Cinco, dizem eles, serão iniciados. Um será eliminado. Os seis iniciados em potencial lutarão para sobreviver no próximo ano de suas vidas e, se puderem provar que são os melhores entre seus rivais, a maioria deles o fará.

ARC recebida através do Netgalley em troca de uma opinião honesta

Paralela à nossa sociedade, existe uma organização meio secreta cujo objetivo é zelar e proteger todo o conhecimento mágico. A cada dez anos, é escolhido um novo grupo para uma iniciação na Sociedade Alexandrina. Seis jovens de talento único foram escolhidos por Atlas Blakely esse ano, mas apenas cinco cumprirão sua iniciação.

The Atlas Six é o primeiro livro da série (não sei se vai ser duologia ou trilogia ou quadrilogia...) e funciona bem como livro introdutório, apesar de alguns defeitos. A escrita da Olivie tem um tom bem poético, o que combina com o clima dark academia da história. Inclusive fica aqui o aviso que o livro é direcionado para o público adulto, como a própria autora explica visto que Olivie Blake é seu pseudônimo. Inclusive, todos os personagens já são adultos, lá por volta dos seus 20 e tantos anos.

O clima da história me lembrou muito Nona Casa; aquele clima austero e misterioso, mas envolvente. A ambientação deixa um pouco a desejar porque não é explicado de fato o universo. Apenas sabemos que há magia no nosso mundo e alguns ainda possuem talentos específicos, como nossos protagonistas, além de haver ainda outros seres mágicos. A verdade é que a premissa em si me lembrou bastante o apresentado na série The Magicians, e essa comparação ajudou um pouco a me situar, mas faltou um pouco mais de aprofundamento na parte mágica da história.

Sobre os personagens, cada um é de uma personalidade e talentos bem distintos. Libby e Nico são capazes de manipular matéria e, apesar de passarem o tempo todo rivalizando um com o outro, eles se completam magicamente. Parisa, que de longe é minha preferida até agora, é uma telepata poderosa e utiliza de todas as suas armas, incluindo sedução, para atingir seus objetivos. Reina parece ser ter bastante potencial, mas achei que ela ficou meio apagada aqui junto do seu poder de naturalista. Tristan é capaz de ver além de feitiços e ilusões, e é um personagem que pra mim até agora nem fede nem cheira. Callum é um poderoso empata que navega pelos tons de cinza e, assim como Parisa, não tem pudor em utilizar seu poder.

Não há muitos personagens secundários nesse primeiro momento. Atlas é um cara que já emana uma vibe bem duvidosa desde o recrutamento estilo iniciativa Vingadores. Já Dalton permanece o mistério do seu real papel ali na sociedade.

Diversidade é garantida aqui. Temos uma variedade de personagens não-brancos, como Atlas e Tristan sendo negros, assim como Reina sendo japonesa, Parisa de descendência árabe e bi/pan e Nico de descedência espânica. Vemos aqui quer ser branco é a cota e gostamos assim. Muito se fala de representatividade queer, mas além de Parisa, não sei se posso falar de outros personagens já que tudo ficou meio nas entrelinhas. 

Eu vejo muito hype no livro em relação a casais e romance, e devo dizer que é algo até meio ilusório, principalmente no que diz em relação a Nico e Libby. Pode até parecer um hate to love, mas a relação deles me parece não ir muito além de uma amizade fundada em rivalidade. Não faz muito sentido, mas é isso. No geral, todos tem uma boa química com todos, em todos os sentidos, e não sei bem se essa era a intenção da autora, mas romance mesmo é algo que não é nem foco de segundo plano aqui.

O livro é dividido em oito partes e em seis pontos de vistas diferentes, narrados em terceira pessoa. Por mais que isso dê uma ampla visão da história, de certa forma também achei meio prejudicial. Alguns personagens seguem tendo mais destaque e desenvolvimentos que outros. A narração inclusive foi um ponto que me incomodou, por serem bem extensas, principalmente no começo.

A história melhora mesmo o ritmo lá pelos 70%. Não sei se foi porque eu me acostumei com a escrita e falta de respostas ou se fica melhor mesmo. Algumas revelações eu já suspeitava, outras me surpreenderam, mas uma em específico me deixou meio decepcionada por ter esperado algo mais impactante, mas não surpresa.

Apesar de tudo, vou dar continuidade na série porque o final foi interessante o suficiente para isso. A Intrínseca já anunciou a publicação dele por aqui e a Amazon Studios possui os direitos de adaptação.