Resenha #935: The Fragile Threads of Power - V.E. Schwab (Tor Books)

Título: The Fragile Threads of Power
Título Original: ---
Autor: V.E. Schwab
Série: Threads of Power #1
Páginas: 656
Ano: 2023
Editora: Tor Books
Sinopse: De autor do best-seller número 1 do New York Times, A Vida Invisível de Addie LaRue, e ambientado no mundo de A Darker Shade of Magic, V. E. Schwab abre uma nova porta para aventuras perigosas e esquemas complicados com Os Frágeis Fios do Poder.
Antigamente, existiam quatro mundos, aninhados como páginas de um livro, cada um pulsando com um poder fantástico, e conectados por uma única cidade: Londres. Até que a magia cresceu muito rápido e forçou os mundos a selar as portas entre eles em uma aposta desesperada para proteger os seus. Os poucos mágicos que ainda conseguiam abrir as portas tornaram-se mais raros com o passar do tempo e agora, apenas três Antari são conhecidos na memória recente – Kell Maresh da Londres Vermelha, Delilah Bard da Londres Cinzenta e Holland Vosijk, da Londres Branca.
Mas apenas um vislumbre deles foi visto nos últimos sete anos – e um novo Antari chamado Kosika apareceu na Londres Branca, assumindo o trono na ausência da Holland. A jovem rainha está disposta a alimentar a sua cidade com sangue, incluindo o seu próprio – mas o seu crescente fervor religioso tem o potencial de afogá-los.
E de volta à Londres Vermelha, o rei Rhy Maresh é ameaçado por uma rebelião crescente, determinada a corrigir o equilíbrio de poder arrasando totalmente o trono.
Em meio a essa tapeçaria de velhos amigos e novos inimigos, uma garota com uma habilidade mágica incomum ganha posse de um dispositivo que pode mudar o destino dos quatro mundos.
O nome dela é Tes, e ela é a única que pode uni-los – ou destruir tudo.

Shades of Magic é uma das minhas fantasias favoritas de todos os tempos, e agora estamos de volta a esse envolvente universo. The Fragile Threads of Power se desenrola sete anos após os eventos de A Conjuring of Light, trazendo consigo novas ameaças, personagens inéditos e alguns rostos familiares.

Mesmo se passando em um universo conhecido, esse livro é bem introdutório, não somente aos novos personagens, mas também mostra pedaços da vida dos personagens antigos nos últimos sete anos em forma de flashback. A escrita da Schwab é bem descritiva e imersiva, o que eu sempre considerei um ponto positivo. No entanto em alguns momentos aqui eu achei que ficou meio cansativo, principalmente na enorme quantidade de flashbacks.

Dentre os novos personagens apresentados, três mulheres desempenham papéis de destaque.TTes, uma jovem que está aprendendo que "com grandes poderes vêm grandes responsabilidades", se destaca como inteligente, esperta e carismática. Em contrapartida temos Kosika, que particularmente achei meio apagadinha. E por último temos Nadiya, que particularmente não consegui me apegar, mas que sei que tem mais coisa por trás e achei que poderia ter um destaque maior, visto sua conexão com Rhy e Alucard

Mesmo com a constante afirmação que se passaram sete anos e os flashbacks, a impressão geral é que a história se passa apenas alguns meses depois do final de A Conjuring of Light. Faltam elementos que reforcem essa passagem de tempo, o que se torna mais evidente ao observar o comportamento dos personagens familiares, que permanecem praticamente inalterados ao longo dos anos. Eles ainda soam (e agem) da mesma forma e embora não desejássemos uma mudança radical de personalidade, é natural esperar alguma diferença, já que se passou quase uma década. Sete anos não são sete meses, mas infelizmente a história faz mais parecer este último em questão de passagem de tempo.

Também temos mais foco na White London e não consegui me apegar a esse plot. Achei os capítulos bem chatos, o que é triste já que real esse núcleo tem bastante potencial pelo simples fato de fazer fronteira com a Black London e ser bem desprovido de magia. Talvez pela característica dessa cidade, achei tudo muito apático e sem carisma. Entretanto tem potencial e vamos ver o que Schwab vai aprontar nos próximos livros.

Outro ponto é a quantidade de personagens em destaque. Kell, Lila e Alucard seguem sendo os maiorais e também com maior destaque. Porém isso faz com que Rhy seja deixado um pouco de lado, o que achei complicado visto que ele tem tudo pra ter um bom desenvolvimento devido sua construção e praticamente todas as tretas na Red London tem ele como foco. E justamente pelos personagens já conhecidos terem mais foco, destaco aqui Tes, Kosika e Nadiya parecem apenas novos coadjuvantes, com seus plots dependendo de outros personagens.

No que diz respeito aos novos antagonistas, Schwab acertou nesse aspecto. Ela semeia pistas ao longo da trama, mantendo a suspeita sobre diversos personagens, e a revelação do cérebro por trás de tudo me surpreendeu. Porém, outra situação na reta final pareceu reciclagem de plot.

No geral, The Fragile Threads of Power não atendeu muito minhas expectativas (que já eram baixas para não se decepcionar, e vimos no que deu), parecendo mais um livro intermediário de uma série. Mas vamos de continuar essa nova trilogia e ver o que a autora de fato vai trazer nos próximos livros.